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Quando se gosta de alguma coisa, geralmente batalha-se em busca de seus objetivos até alcançá-los, e com Alexandre Gastaldo Badolato isso não foi diferente. Profundo conhecedor e apaixonado pelos automóveis da linha Dodge nacional, sempre buscou investir em seu sonho, buscando reunir todos os modelos dos grandes fabricados pela Chrysler no Brasil. Hoje pode, com um largo sorriso, dizer que é um felizardo, pois ostenta em sua propriedade o belíssimo “Museu do Dodge”, com dezenas de automóveis Dodge de seu acervo particular. Quando pensamos em fazer um artigo bem completo que falasse sobre a linha Dart, vimos que, para tal, precisaríamos de alguém que nos desse uma assessoria confiável. Alexandre se prontificou a nos ajudar e, mais do que isso, nos disponibilizou uma excelente locação, carros de seu acervo, bem como contato com outros proprietários também detentores de excelentes veículos.
Dos automóveis que você viu na matéria publicada na Revista Classic Show nº 53, 3 pertencem ao colecionador. O Dart Coupé 1974, branco Ipanema, foi comprado há 6 anos com 13.800 km do seu único dono, que na época tinha 98 anos. “Não fiz nada no carro, além de rodar pouco mais de 200 km, uma média de 30 km por ano!”, ressalta Badolato. Já o Dart Sedan 1970, verde Imperial, passou a vida toda em uma única rua do bairro de Santo Amaro, na capital paulista, sendo 35 anos com o seu primeiro dono e mais 3 anos com o vizinho da frente, que comprou o carro quando o proprietário anterior faleceu. Badolato já conhecia o carro há muitos anos e teve a grata satisfação de comprá-lo em estado impecável. “Comprei o carro exatamente como aparece nas fotos”, explicou o colecionador. Já o Dart Sedan 1979, bege Cashmere, foi comprado por foto para ser apenas um doador peças. “Quando o carro chegou em casa, quase caí de costas: o carro tinha 19.000 km e os 4 pneus de fábrica! Ele ficou 20 anos em uma garagem de um prédio no RJ, onde sofreu muita depredação externa. O carro tinha um problema de documentação que, para resolver, tive que ir a Porto Alegre me encontrar com a filha do falecido primeiro dono do carro. Hoje é uma das jóias da minha coleção”, salienta Alexandre.
O Dart Coupé 1981, automático e branco Paina, pertence ao colecionador Lincoln Gomes de Oliveira Neto, que o comprou há 11 anos antes da seção de fotos dessa matéria, realizada no dia 06 de Setembro último. “Na verdade, comprei o Dart no dia 07 de Setembro de 1999”, comenta ele. O carro foi tirado zero km por um médico de Campinas na concessionária Marka Veículos em setembro de 1981; com certeza um dos últimos Dodge vendidos zero km, e foi dado de presente à sua esposa que utilizou o Dart muito pouco por achá-lo grande demais.
Por este motivo, um sobrinho do casal acabou “herdando” o Dart, e foi dele que Lincoln o comprou quando este tinha 38.000 km rodados. Segundo o colecionador, o carro era muito bom, tinha alguns retoques de pintura e um para-lamas dianteiro amassado (motivo pelo qual a proprietária “passou” o carro para o sobrinho). “Consertei o para-lamas amassado, dei um banho de tinta de porta fechada nele e revisei a mecânica de ponta a ponta”, conta ele. Em se tratando de números de produção, o Dart 81 Coupé é o modelo de Dodge mais raro fabricado no Brasil, pois foram produzidos apenas 10 unidades. “O meu está em Campinas desde que foi vendido zero km. Eu amo ele!”, revela orgulhoso seu proprietário. A paixão de Lincoln pelos Dodge começou quando ele ainda era criança, com apenas 2 anos de idade, e seu pai comprou, no final de 1971, um Charger R/T modelo 1972 branco Polar na concessionária Chrysler Emercan de Belo Horizonte. “Pela cara feliz do moleque dentro do Dodge na foto, dá para ter uma ideia da animação! Vai entender, né?” Depois desse Dodge que seu pai teve, Lincoln nunca mais deixou de pensar em Dodge.
O Dodge Dart 1971, vermelho Etrusco, pertence ao paulista Sérgio Rodrigues. O carro foi comprado em Guarulhos/SP em maio de 2008, durante um evento de automóveis antigos. Segundo Sérgio, a história foi bem interessante: “Me lembro como se fosse hoje!”, exclama ele. Em maio 2008, Sérgio foi ao evento à noite mostrar uma Caravan 1986 cinza Urano que tinha à venda na ocasião, e estava aguardando a chegada de um rapaz interessado na mesma. Ele havia cogitado a troca por um Dodge Gran Sedan 1973, porém, o destino tirou o foco do Gran Sedan quando Sérgio viu entrando no evento um Dodge Dart 1971 vermelho Etrusco. O proprietário se chamava João, morador de Guarulhos; chegou com o carro e colocou o número do celular dele sobre o painel do carro. “Fiquei alucinado ao ver aquele Dart tão original, um pouco gasto devido ao tempo de uso e com a plaquetinha na traseira da Autoserv” – (extinta concessionária da Chrysler em Santo André /SP, onde o mesmo foi faturado em 1971 e cidade na qual Sérgio reside). Na hora, Sérgio pensou: “Seria o máximo se ele voltasse para sua ‘cidade natal’, de onde ele foi comprado há 37 anos”. O negócio da Caravan x Gran Sedan já nem lhe passava mais pela cabeça, e ele só tinha olhos para o Dart 71.
Sérgio ligou para o proprietário do carro que lhe disse não estar certo sobre a venda do Dart. Ele tinha um Dodge Charger R/T 75 para restaurar e pensou em vender o Dart para finalizar o mesmo. Porém, quando ele caiu em si que ficaria sem o carro, desistiu de vender o mesmo de fato. Sequer atendia as ligações de Sérgio que estava louco pelo carro. “Fiquei vários dias tentando comprar o Dart e nada… Cheguei até a fazer uma promessa: caso eu conseguisse comprar o Dodge, tatuaria no meu pé um Dodge Charger R/T 71 amarelo Boreal, o carro dos meus sonhos”, conta ele. Parece que Deus ouviu suas preces, pois dias depois conseguiu fazer contato com o proprietário e concretizou a compra. “Promessa, para mim, é dívida! No dia seguinte estava eu lá no estúdio de tatuagem pagando a minha”, conta ele alegre.
Sérgio nos conta também que, quando era criança, assistia na Sessão da Tarde os filmes do Roberto Carlos, e um deles em especial: “Roberto Carlos a 300 km/hora”, onde ele e o Erasmo Carlos treinavam na pista de Interlagos com um Dodge Charger R/T 71 na cor amarelo Boreal. “Eu sempre tive em mente que um dia teria um carro exatamente naquela configuração. Achava aquelas faixas laterais lindas de morrer, nunca encontrei um à venda, mas tenho fé que um dia e no momento exato irei encontrar um assim como encontrei meu Dart 71 pelo qual sou apaixonado demais”, revela Sergio.
No dia da seção de fotos, Sérgio estava em viagem e não pode estar presente. Deu a honra de levar o carro à locação a seu amigo Danilo Eduardo Sanchez de São Paulo/SP. Danilo também proprietário de Dodge (tem um Dodge R/T 197 vermelho Riviera e um Dodge R/T 1975 amarelo Montego, este em restauração), e fez uma agradável viagem até o local das fotos.
Revista Classic Show
Veja a matéria completa com 12 páginas na edição 53 da Revista Classic Show!