19/03/2024

A Revista

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Revista de Garagem

Qual jovem que não pensou pelo menos uma vez na vida em montar uma banda de garagem? Mesmo o mais desafinado dos cantores de chuveiro já deve ter se imaginado reunindo a galera, desde o que mal sabe dedilhar um violão ou guitarra ao “barulhento da bateria”, e mandando ver… Isso sempre começa na garagem do pai, que muitas vezes dá adeus ao espaço do cortador de grama, da churrasqueira portátil, das ferramentas, e às vezes até ao abrigo do carro. A maioria dessas bandinhas serve apenas para enlouquecer a vizinhança por alguns meses; depois de guitarra pra cá, bateria pra lá… e cada um na sua. Já outras mais persistentes e crentes de seu potencial, mesmo com sacrifício insistem em melhorar e aprimorar seu som até que certo dia lá vem um gritando: “Tocaram nossa música na rádio!”. Daí para frente o ânimo melhora, surgem sonhos e expectativas de uma vida melhor, fazendo o que mais gosta, além de fazer a alegria do público, que é o que mais importa!

O sonho de montar uma banda também passou pela nossa cabeça, mas quis nosso apetite insaciável pelo mundo do automóvel que, ao invés desta, surgisse uma “Revista de Garagem”. Foi exatamente assim que há mais de 16 anos tudo começou, em uma pequena garagem com três computadores e um funcionário, uma máquina fotográfica doméstica e um carro emprestado por nossos pais. Com o pouco que tínhamos na mão tentamos fazer muito, e muito antes da data oficial de lançamento da revista já trabalhávamos nesse projeto há cerca de dois anos. Nesse período as ideias foram tomando forma, e logo um caderno escolar de 40 páginas rabiscadas à mão se transformou no “protótipo” do que hoje é a Revista Classic Show. Esse caderno está aqui, no arquivo histórico da editora, todo rabiscado e, olhando para ele, parece que foi ontem que fizemos os últimos rabiscos. Até as fotos tinham lugar certo antes mesmo de existirem. Tudo executado com a “tecnologia” de uma caneta Bic.

O desejo de dar vida a uma revista já vinha de longe, lá dos idos de 1994, quando nos embrenhávamos atrás de automóveis antigos e em ferros-velhos à procura de artefatos interessantes para compor uma coleção e até vender para quem precisasse. Foi exatamente nessa época que fizemos um anúncio de um punhado de peças na Revista Auto e Técnica, que nos brindava a cada edição com um encarte exclusivo sobre automóveis antigos. Eram as seis páginas mais esperadas do mês para um bocado de gente. Ali, nos tornamos amigos da redação e, em especial, de um redator, que tomou por surpresa o curioso anúncio de peças para Studebaker, tão difíceis de serem encontradas, ainda mais assim: aos lotes. Recebemos um telefonema desse jovem, muito interessado na origem dessas peças, o qual nos pediu para que lhe enviássemos fotos e texto sobre o ferro-velho que havíamos visitado. Quanta honra foi ver alguns meses depois uma matéria publicada e nosso nome naquela revista. Se fôssemos de uma banda seria como sair na “Rolling Stone”! Foi o início de uma paixão, uma satisfação insuperável de poder dividir nosso sentimento com pessoas que tinham o mesmo apego aos automóveis antigos, e aí veio a ideia de fazer uma revista exclusiva sobre o assunto. Mas era apenas um sonho momentâneo, pois, como poderíamos nós, de uma cidade de pouco mais de 80 mil habitantes, do interior do Rio Grande do Sul, fazer uma revista de abrangência nacional? Impossível!

Nessa mesma época, nosso programa de TV favorito era “Jô Soares Onze e Meia” que, apesar do nome, começava lá pela uma da madrugada. Era o programa para quem sofria de insônia, mas na maioria dos episódios fazia sentido ficar acordado até às 2 ou 3 da manhã, e não foi em vão. Em uma noite fria de inverno realmente valeu a pena em todos os sentidos. Na ocasião, Jô entrevistava um famoso e falastrão escritor, que lançava justamente uma revista de humor no programa. A entrevista foi inspiradora e divertida, e teve até o tradicional “aaaaaaah” da plateia na despedida. Mas antes de “despachar” o convidado, Jô Soares fez uma última pergunta, e a resposta dada pelo escritor mexeu com a gente e aguçou a nossa curiosidade de tal forma que não pregamos o olho naquela noite… “Onde é editada essa revista?”. A reposta: “Ah, Jô! Onde mais? Em São Paulo, é claro!”. A atitude, de certa forma arrogante, nos fez pensar que realmente 90% das publicações de renome do Brasil eram mesmo publicadas naquela cidade… Mas por que? Será que não era mesmo possível fazer uma publicação de qualidade no interior de qualquer outro estado?

Decidimos que sim, era possível, e com mais vontade do que conhecimento, mais coragem do que possibilidades, colocamos a “mão na massa” e fizemos sair daquela pequena garagem a primeira revista nacional exclusiva sobre automóveis antigos do século 21 e, a maior ironia de todas, foi que imprimimos a edição número 01 em uma gráfica de uma pequena cidade, com menos de 18 mil habitantes. E na falta de uma editora, criamos uma, leia-se Fagundes Gráfica e Editora Ltda. Cheia de novidades, com algumas páginas em preto e branco, a “Classic Show Magazine” número 01 estreou oficialmente no evento chamado de II Merco Veteran Car, na cidade de Chapecó/SC, no dia 28 de abril do ano de 2000, nascendo junto com um novo século, onde nosso país fazia 500 anos, sem o fim do mundo, bug do milênio, ou carros voadores como se era especulado.

Sempre fomos leitores ávidos por artigos que enfatizavam automóveis de outrora, porém, muitas vezes não encontrávamos uma linguagem que realmente conversasse conosco, por isso, desde o primeiro momento, nossa ideia sempre foi fazer uma revista de leitor para leitor, sendo assim, agora comemorando nossos 16 anos em 2016, creio que tenhamos acertado a receita. Mas isso não foi apenas por nossos méritos. Para chegar até aqui, ou melhor, só para que tivéssemos o êxito de lançar a primeira edição, contamos com a boa vontade de muitos que apostaram e acreditaram em nós, e a esses temos só a agradecer. Se fôssemos citar todos os nomes envolvidos nessa caminhada, faltariam páginas nesta edição, mas mesmo correndo o risco de sermos injustos ao esquecer de alguém, gostaríamos de fazer um agradecimento especial a algumas personalidades, que mesmo antes desta revista existir já nos apoiavam e davam o incentivo que precisávamos: a Deus, em primeiro lugar, e à nossas famílias; ao Sr. Rafael Tambasco, que nos apresentou o Uruguay em 1995, cujas fotos estão na primeira edição; a Rogério Ferraresi e aos irmãos Ricardo e Rubens Caruso, da Revista Auto e Técnica, que nos deram a oportunidade de conhecer de perto o mundo editorial; a Cleomar Slavieiro, Salvio Souza e Avelino Correa, que nos deram conselhos preciosos; ao Sr. Paulo Bagesteiro e ao Sr. Marinho, que dividiram conosco sua experiência e conhecimento, que muito nos ensinaram sobre esse mundo tão vasto; ao Sr. Mário Ferretti, nosso grande “marqueteiro”, que tivemos o prazer de conhecer ao negociarmos algumas peças de Studebaker; aos anunciantes “desbravadores” que apostaram em nós naquela primeira edição e, em especial ao primeiro deles, o saudoso Romeu Siciliano. Agradecemos também ao Veteran Car Club de Chapecó/SC, que nos recebeu de braços abertos; a Astrid Friedrich, nossa assinante número 01, e a todos os outros amigos, leitores, anunciantes, parceiros, colaboradores e a todo quadro de funcionários que estiveram ao nosso lado por mais de uma década. A todos mesmo!!! Também não podemos esquecer daqueles que diziam que jamais iria dar certo… A esses, um agradecimento ainda mais especial, pois cada palavra negativa proferida nos deu mais forças e garra para provar que estavam… errados!

Não há mais nada a dizer se não… muito obrigado!

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