Briggs Swift Cunningham, filho de um rico banqueiro, nasceu em 1907, mas se envolveu com o automobilismo apenas aos 41 anos de idade. Mesmo apoiando outros competidores, ele não pilotou até a morte de sua mãe, que não aceitava muito bem a ideia de ter um filho se arriscando nas pistas. Briggs, então, repetidamente tentara ganhar as 24 Horas de Le Mans durante as décadas de 50 e 60. O interessante é que suas tentativas foram a bordo de veículos de sua própria fabricação.
Briggs Swift Cunningham
O primeiro Cunningham, chamado “C-1”, era um roadster suave, rebaixado, construído sobre um forte chassi tubular com suspensão dianteira independente, movido por um motor Chrysler Hemi V8 de 331 pol³. Apenas um C-1 fora construído para utilização em estradas normais. Em 1951 surgira o revolucionário C-2, na verdade chamado de C-2R, dos quais três foram fabricados exclusivamente para corridas. Em Le Mans, um C-2R, pilotado por John Fitch e Phil Walters, chegou a disputar as primeiras posições, porém a má qualidade do combustível os deixou na mão. Após seu regresso aos EUA, o motor foi limpo e venceu provas como a Road America e Watkins Glen, batendo Allard, Jaguar e Ferrari nas principais corridas do ano.
Cunningham C-1 1951
No entanto, Cunningham queria mais, e queria Le Mans em 1952. Novas regras da prova especificavam que pelo menos 25 carros deveriam ser construídos para qualificar o competidor como um fabricante de automóveis. Esperava-se, então, que a produção do C-3, adequado tanto para estrada como para pista, ajudaria a compensar as despesas astronômicas para a corrida, nas quais Cunningham financiara pessoalmente.
Cunningham C-2R 1951
O protótipo do C-3 fora construído em West Palm Beach, Flórida, e calculava-se que custaria em torno de US$ 15.000. Entretanto, o preço de venda do veículo já havia sido anunciado tempos antes, dizendo que o valor de compra seria de US$ 8.000 a 9.000. Era preciso um novo plano, então Cunningham contratou, em 1952, o italiano Alfredo Vignale, famoso construtor de carrocerias para veículos. O C-3 ganhara um novo design, assinado por Giovanni Michelotti. Com essas mudanças, o valor base do projeto caíra para aceitáveis US$ 9.000, e o resultado fora um elegante “American Gran Turismo”. O chassi utilizado era quase idêntico ao do C-2, e o motor V8 também fora fornecido pela Chrysler. Equipado com uma transmissão manual de três velocidades ou semiautomática, o C-3 ia de zero a 96 km/h em 7 segundos, com velocidade máxima de aproximadamente 241 km/h.
O primeiro C-3 cupê, de nome Continental, fora concluído em tempo da equipe de Cunningham participar da Watkins Glen, em setembro de 1952. Em seguida ele participou de várias feiras de automóveis nos EUA, enquanto um segundo carro era apresentando, em outubro, no Salão de Paris. Mas, infelizmente, enquanto a fábrica de Palm Beach poderia construir os chassis semanalmente, para Vignale eram necessários quase 2 meses para se completar o carro, tornando a montagem muito lenta. Algumas fontes informam que cerca de 27 C-3 foram construídos. Desses, divergem as fontes de quantos eram cabriolets e coupes. O valor do conversível era de US$ 11.422,50.
Enquanto a equipe de Cunningham alcançava o terceiro lugar em Le Mans em 1953 e 1954, o C-3 foi o mais perto que ele chegou de um verdadeiro modelo de produção em massa.
Fonte e fotos: CoachBuild