Como sabemos, os anos 50 se tornaram, para o automóvel, a era da exuberância e dos excessos. Designers e engenheiros criavam todo o tipo de ideia para os veículos, procurando um formato ideal para o que viria a ser o “carro do futuro”. Carros voadores, movidos a energia nuclear ou autônomos foram explorados com muita excitação nessa época. Mas sabemos que nem tudo virou realidade.
Pininfarina, talvez uma das mais inovadoras empresas de design de todos os tempos, reconheceu que a aerodinâmica seria de aspecto crucial para a próxima geração de veículos. Pensando assim, contratou Alberto Morelli, especialista no assunto, para tentar criar um automóvel de baixo arrasto aerodinâmico.
Reconhecendo que a redução da área frontal era fundamental para alcançar esse objetivo, Morelli, de forma lógica, começou a repensar o layout das rodas. E assim surgiu o Pininfarina X, de apenas uma única roda frontal (que servia pouco mais que um estabilizador), alimentado por um motor Fiat de 1.089cc, localizado na metade direita traseira do veículo, com lado oposto reservado para a bagagem.
Essa configuração deixou um bom espaço central, no qual cabiam quatro pessoas. Seu design lembrava em muito a era espacial, aliado com grandes barbatanas traseiras.
Morelli acabou criando um veículo com coeficiente de resistência aerodinâmica de apenas 0,23, lhe dando um ganho de 20% a mais em sua velocidade, em comparação com veículos que utilizavam o mesmo motor, mas com carroceria “tradicional”.
Convencido pelos números, Batista “Pinin” Farina passou meses dirigindo o veículo em eventos automotivos, na esperança de conseguir assumir uma fabricação em grande escala. Porém, como sabemos, isso não aconteceu. Mas sua preocupação na questão aerodinâmica tornou-se profética, como visto até hoje na concepção de novos veículos, principalmente esportivos.
Fonte e fotos: www.cardesignnews.com / www.hymanltd.com