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Seu Oscar Graeff, pai de Piti Graeff e de Dudu Graeff, fez a viagem como um menino, apesar de agora em março de 2011 estar completando 76 anos. Nem dor de cabeça o homem teve, apesar das “cervejadas”. O que faz o carro velho! O homem já está pensando em ir a Detroit daqui a dois anos, que é o novo desafio da nossa turma, e obviamente que de Galaxie.
Mais uma do Valquirio Baseggio (que responde ao apelido de Mané) que, além de perder a carteira com dinheiro nos Andes, aprontou outra ainda pior. Mané ia com o Galaxie 1978 marrom por último na fila quando ficou sem gasolina. Nós não o vimos e ele ficou para trás. Faltavam uns 50 km para chegar em Santa Fé. Segundo o GPS havia um posto de combustíveis a poucos quilômetros dali, então Mané pegou um galão de 10 litros e começou a caminhar no acostamento. De repente para, alguns metros na sua frente, uma pick-up, e ele prontamente pula no lugar do carona; foi quando o motorista começou a gritar pensando que era um assalto, e o Mané com toda a “facilidade” que tem de falar espanhol não conseguia se comunicar. O argentino tinha parado para atender o celular e não para dar carona! Desfeito o engano e passado o susto, o argentino prontamente levou o nosso colega até o posto.
Gostaríamos de salientar a educação do povo chileno: tranquilamente o país de melhor qualidade de vida de todo o nosso roteiro, com pessoas educadas, bem vestidas e automóveis novos; é um país com menos desigualdades.
É impressionante a descida do caracol chileno. Tivemos que ter um cuidado especial com os caminhões que sobem a cordilheira cortando as curvas, e quem desce, às vezes, até tem que parar para evitar colisões. Outra peculiaridade é a quantidade de áreas de escape, todas forradas de areia, com mais ou menos 100 m de comprimento e cheias de cruzes homenageando os mortos do local. Quando chegamos à aduana, antes de descer, os guardas nos falaram que a maioria dos caminhoneiros não usa cinto de segurança porque, quando os caminhões ficam sem freio, eles jogam-se porta a fora, ficando só com pequenas escoriações. Nos disseram também que motoristas brasileiros são os que mais envolvem-se em acidentes, porque a maioria é contratada no verão e não está preparada para guiar no inverno, onde se pode chegar a 20 graus negativos e até 5 metros de neve. Na estrada, caminhões especiais ficam jogando sal na pista, mas mesmo assim uma pequena camada de gelo recobre a mesma. Caminhão nenhum pode passar a cordilheira no inverno sem o uso de correntes nos pneus.
Ficamos maravilhados com as belezas da cidade de Mendoza; no meio de um deserto sem fim chegamos a um Oasis maravilhoso onde até os ônibus são elétricos para que não haja poluição. As ruas são arborizadas com plátanos e olmos que são irrigados por pequenos canais que conduzem a água do degelo dos Andes. Seguramente a cidade mais bonita que visitamos, até parecia uma cidade europeia. Mendoza é a maior produtora de vinho da Argentina; são mais de trezentas vinícolas, algumas luxuosas como um palácio. A quantidade de restaurantes é impressionante, a grande maioria ao ar livre, obviamente devido ao calor. A maioria das cidades por onde passamos tem seguramente mais de 400; são cidades com valor histórico muito grande, com belas praças, igrejas e lindas avenidas.
Uma das dificuldades que encontramos foi a temperatura da cerveja (e bebidas no geral), pois tanto na Argentina como Chile a cerveja é servida “fria”, e nunca gelada como habitualmente é feito no Brasil. A única solução era um balde com gelo.
Em Valparaíso (Chile) ficamos encantados com o que vimos. Parecia que estávamos na costa do Mediterrâneo, tamanha semelhança das construções locais, isto sem falar que Valparaíso é patrimônio histórico da humanidade.
Na chegada ao hotel, em Viña Del Mar (Chile), encontramos na garagem uma pick-up Ford A, um Ford quatro portas com capota de aço, uma barata Ford com banco da sogra (todos dos anos vinte), e também uma Isetta dos anos 50 – todos de propriedade do dono do hotel, membro do clube de antigos de Viña Del Mar.
Na subida da cordilheira, enquanto estávamos parados em barreira do exército, um grupo de motoqueiros de Goiânia/GO fez uma pergunta curiosa: “Vocês são o mesmo grupo da viagem de ‘Galaxie ao Uruguay’ que saiu na Revista Classic Show (vide edição 50)?”. Os motoqueiros já haviam lido a revista com a reportagem da nossa outra aventura.
Por final gostaríamos de comentar que tivemos cobertura de celular em praticamente toda a viagem, e todos os carros tinham comunicação através de rádios PX, além do auxílio de GPS.
Os Viajantes em especial para a Revista Classic Show